Belo Horizonte (MG) registra três assaltos do tipo "saidinha de banco" por dia

28/02/2011 18:17

 

Belo Horizonte (MG) registra três assaltos
do tipo "saidinha de banco" por dia

Nesta quinta-feira, foram presos três suspeitos de aplicarem o golpe em um motoboy

Do Hoje em Dia
 

Três homens foram presos, na madrugada desta quinta-feira , em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, suspeitos de aplicar o golpe conhecido como saidinha de banco. O crime teria acontecido na semana  passada, quando R$ 30 mil foram levados de um motoboy.

A Polícia Militar recebeu a denúncia de que os suspeitos estariam em posse de uma moto roubada. Quando avistaram os policiais, eles tentaram correr, mas foram detidos. Com o trio, a polícia confimou que o veículo havia sido roubado, na última sexta-feira (14), de um motoboy que tinha sacado o dinheiro de duas agências da região da Pampulha, em Belo Horizonte

Um deles foi reconhecido pela tatuagem que tem no braço. O outro cumpria pena por roubo e assalto a mão armada, era foragido da penitenciária de São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Os suspeitos e a moto apreendida foram encaminhados a Polícia Civil.

Na quarta-feira (27) foi registrada na capital mais uma ocorrência de "saidinha de banco". Um homem de 57 anos foi baleado nas costas depois de reagir à abordagem feita por dois bandidos. A vítima chegava em casa com R$ 10 mil sacados em uma agência no Barreiro quando os criminosos apareceram em uma moto. A dupla fugiu com o dinheiro.

A Polícia Militar de Belo Horizonte registrou 922 ocorrências do crime somente entre janeiro e novembro de 2010. A média é de quase três casos por dia. No mesmo ano, o Deoesp (Departamento Estadual de Operações Especiais) da Polícia Civil investigou pelo menos oito sequestros de gerentes de agências em municípios mineiros. As duas formas de abordagem estão atraindo bandidos que buscam evitar o confronto direto com a polícia e garantir roubos de grandes valores.

Na quarta-feira (26), investigadores do Deoesp prenderam mais três suspeitos que teriam participado de um sequestro estilo "sapatinho" no início desta semana em São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Nesse tipo de ação, os criminosos rendem funcionários como gerentes de bancos, tesoureiros de transportadoras de valores e donos joalherias. Em seguida, obrigam as vítimas a retirar dinheiro das instituições onde trabalham, mediante ameaças de morte, inclusive contra familiares.

Desta vez, o gerente de uma agência do Banco do Brasil foi abordado por dois homens no momento em que chegava em casa, na noite da última segunda-feira. A mulher dele, os dois filhos do casal e três amigos dos jovens, todos adolescentes, foram rendidos. Durante a madrugada, os seis reféns foram levados para um sítio.

Pela manhã, o gerente, que ficou no apartamento com mais dois criminosos, foi até o banco e retirou dinheiro dos cofres. Ele entregou um malote, com valor não divulgado, a um homem que aguardava no trevo da BR-381 que dá acesso a Mário Campos, na Grande BH. Os reféns foram liberados na praça da Cemig, no Bairro Cidade Industrial, em Contagem.

A Polícia Civil investiga a atuação de pelo menos quatro quadrilhas de sequestradores mineiros que podem ser considerados especialistas na modalidade "sapatinho". No ano passado, mais de 25 pessoas que teriam envolvimento em ações como essas foram presas. Entre elas, três homens suspeitos de terem participado do roubo a uma agência do Santander no fim de 2010, em Santa Luzia, na Grande BH. De lá, pelo menos R$ 260 mil foram levados.

Segundo o chefe do Deoesp, delegado Márcio Simões Nabak, os criminosos estão aperfeiçoando a forma de agir para roubar bancos. "Eles atuam discretamente e conseguem o que querem diminuindo o risco de uma troca de tiros. Por isso, aumentam essas abordagens no país".

Na tentativa de coibir as ações, as polícias civil e militar levantam estatísticas sobre a atuação dos criminosos. No caso da "saidinha de banco", mais de 80% das abordagens foram feitas entre as 12 e as 17 horas. Cerca de 20% delas aconteceram entre os dias 3 e 7 do mês. "Os ladrões preferem abordar pessoas perto do fim do expediente bancário, devido ao menor movimento", analisa a tenente Débora Santos Perpétuo, do CPC (Comando de Policiamento da Capital).